“A esse o porteiro abre-a e as ovelhas escutam a voz. E ele chama as suas ovelhas uma a uma pelo seu nome e fá-las sair.” (João 10, 3)

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Enquanto a nossa Rede continua o seu desenvolvimento e construção, contactávamos com várias comunidades LGBTI Católicas à volta do mundo. Muitas delas com mais de 20 anos de atividade e outras com menos de 5 anos de existência, mas todas elas partilham algo: A necessidade de um nome representativo e especial. “É como o Cartão de Cidadão. Remete para o seu carisma, para a sua identidade. Dá-lhe um rosto, uma coloração. Exprime um programa, uma orientação de fundo, uma aspiração comum. E assim se distingue, na sua diversidade, dos outros coletivos ou comunidades, cada um com um nome próprio e uma identidade, mas todos capazes de convergências e de formas de comunhão”, diz Aníbal Neves de CaDiv (Caminhar na Diversidade).

Uma tendência comum é reconhecida em cada história particular. Sem nome, consideravam que não tinham um sentido de pertença ou identidade, até que a maturidade do grupo finalmente clamou por um. Chuvas de ideias para a escolha, usualmente consideram incluir uma declaração, críptica ou não, sobre a sua missão partilhada dentro e fora da Comunidade Católica. Porque é importante ter um nom que implica o todo de uma organização? ”Na época em que o nosso grupo foi fundado, uma peça musical muito popular e com grande sucesso apresentava-se em Londres, chamada O Senhor de la Mancha. Uma canção muito popular da obra intitulava-se O Sonho Impossível (The Quest / A Procura). Esta canção parecia dizer muito sobre o que os nossos fundadores esperavam alcançar quando se reuniram para começar um grupo de homens e mulheres gays.”, refere Ruby Almeida da Quest.

Os nomes propostos estão usualmente conetados com as suas experiências locais com a Igreja e testemunhos de vida, como grupo ou indivíduos. Processos muito democráticos ou de discernimento parecem ser o método regular para a escolha final, não sem grandes revisões (o que nos recorda como somos parte da mesma Igreja que convoca Concílios). “Quando o nome foi discutido, muitos elementos foram importantes. Um ponto em que o fundador quis dar ênfase foi o de pôr o homossexual, em lugar da homossexualidade, como centro”, comenta Michael Brinkschroeder de Homosexuelle und Kirche (Homossexuais e a Igreja). Como resultado, quando observamos o mapa global dos grupos Católicos LGBTI, podemos também reconhecer que há pelo menos 3 grandes categorias de nomes:

Isto é o que somos: Comhoca (Comunidade de Homossexuais Católicos), Diversidade Católica e Vowwek (Vozes de Mulheres do Quénia Ocidental) são maioritariamente acrónimos mas também resumem uma referência simples, honesta e sem lugar a dúvidas sobre a sua origem e essência. “Devemos ser verdadeiras testemunhas de Jesus e levar o Evangelho ao interior da Igreja, mas também ao coletivo LGBTI. Da mesma forma que não podemos negar a incompreensão e a discriminação histórica sofrida pelas pessoas LGBTI, nem o podemos fazer sobre quem somos”, indica Oscar Manuel de Crismhom (Comunidade de Cristãos Homossexuais de Madrid).

Um Sonho e uma Visão: Estas comunidades descrevem a sua procura como um constante caminhar inspirado pelo próprio Jesus, que se deslocou de local em local ao encontro das pessoas. Eles veem esta viagem como um processo de constante e contínuo diálogo, dentro das suas comunidades, da Igreja e da sociedade. “Os nossos fundadores pegaram na frase ´Novos Caminhos´ de uma carta pastoral intitulada ´Sexualidade: Um Dom de Deus´. Consideraram que se aplicava ao ministério de justiça e reconciliação que estabeleceram em 1977”, explica Francis de Bernardo de News Ways Ministry (Ministério de Novos Caminhos). Acceptance Sydney / Melbourne (Aceitação), Dignity USA (Dignidade USA), niji TOMO (Candelabro e Arco-íris), Cammini di Speranza (Caminho de Esperança) e Wiara i Tecza (Fé e Arco-íris) são representativos de este grupo.

Baseado no Evangelho e na Tradição: David e Jonathan, Efetá, Ichthys ou Logos são mais que palavras de fácil memorização para os Cristãos, pois têm um significado que também se pode conetar com o testemunho LGBTI. “A inspiração para este nome veio do texto Bíblico, Lucas 15, 1-2; 8-10, quando a mulher encontrou a sua moeda perdida e chamou os seus amigos para com ela se regozijar. Para os primeiros membros, a moeda perdida, o Drachma, representa aquelas pessoas que têm estado alinhadas por causa da sua orientação sexual e/ou identidade de género e a eventual descoberta posterior da alegria de pertencer e se integrar”, diz Chris Vella de Drachma.

Qual é o nome da tua comunidade ou grupo? Crês que o teu nome faz parte dos exemplos nomeados? Conheces outros grupos de cuidado pastoral LGBTI ou associações na lista de Grupos Aliados à GNRC da nossa página Web.