Chinese / English / Español / Français / Italiano / Portugues

Dezembro 8, 2016. Observamos uma perigosa regressão, relativamente aos passos previamente dados pelo Papa Francisco, a favor da inclusão das pessoas LGBTI na Igreja. No recentemente editado O Dom da Vocação Presbiteral (Dezembro 8, 2016), a Congregação para o Clero mantem, com a sua linguagem altamente discriminatória, os procedimentos a seguir para com homens não heterossexuais que ingressem em Seminários e eventualmente se tornem sacerdotes (Paginas 78, 81 y 82).

Nós, Rede Global de Católicos Arco-íris (GNRC), permanecemos firmes na inclusão e pela justiça para com os laicos LGBTI e suas famílias na Igreja. Também declaramos que todos os homens e mulheres religiosos, que seguiram o chamamento de Deus para dedicar a sua vida à construção da Igreja, merecem o mesmo tratamento. “Houve trágicos exemplos, dentro da nossa família da GNRC, onde alguns membros que frequentaram previamente em seminários, lamentavelmente tiveram que renunciar à sua vocação escolhida uma vez que a sua orientação sexual foi descoberta e, em alguns casos, exposta publicamente.”, afirma Ruby Almeida Co-diretora da GNRC e Diretora da Quest (Inglaterra). “Uma vez excluídos do seminário, estes crentes, homens de fé homossexuais sofreram de isolamento, depressão e um imenso sentido de perda e confusão. O seu plano de vida de seguir Jesus foi destroçado por estas práticas discriminatórias” indica.

Empurrar as personas LGBTI para fora da Igreja, em vez de serem tratadas com respeito e dignidade em virtude do seu chamamento vocacional, impôs um tom obscuro e reacionário. “A Igreja afirma em muitos documentos que as pessoas LGBTI deveriam viver em celibato, sem necessidade de expressar a sua sexualidade, mesmo quando diz que o sacerdócio não é uma alternativa. Esta dupla mensagem vinculante distorce a credibilidade da Igreja. Não devemos esquecer a linguagem de uma sedução homoerótica encoberta, no que se refere a uma íntima e exclusiva relação entre o sacerdote e Cristo que a Congregação para o Clero utiliza várias vezes no documento,” explica o Dr. Michael Brinkschroeder Co-diretor da GNRC e chefe de projeto de Homosexuelle und Kirche (Alemanha). “Não se pode esperar pelo bem-estar, a saúde espiritual e mental de uma pessoa quando constantemente lhe indicas uma forma de viver construída a partir do fechar de portas e baseada em mensagens contraditórias”, indica.

Apesar de que o novo protocolo publicado hoje se refere particularmente a homens homossexuais, cria um precedente para todos os LGBTI Católicos, “O que é que se passa com uma mulher lésbica, bissexual, transgénero ou intersexo? Supõe-se que devemos seguir o mesmo caminho tortuoso? O que queremos ver e encontrar é um caminho construtivo e significativo de viver ao serviço da Igreja, uma vez que descobrimos e desejamos viver a partir de uma vocação religiosa”, assinala Ruby Almeida.

Muitas expressões como “Tendência Homossexual” e “Superada” (a Homossexualidade) fazem parte da secção, a qual se relaciona com a anulação da orientação sexual, que pode ser interpretada como um guia subliminar para una terapia reparadora. “O novo protocolo não respeita a integridade moral e espiritual dos candidatos gay ao sacerdócio, pois tenta substituir a sua própria consciência por normas questionáveis de uma hierarquia baseada num entendimento mal informado da homossexualidade”, conclui Michael Brinkschroeder.

Rede Global de Católicos Arco-íris 2016

Sitio Web:       www.rainbowcatholics.org     Mail:rainbowcatholicsassembly@gmail.com

Twitter:            GNRCatholics                        Facebook: GlobalNetworkofRainbowCatholics

A Rede Global de Católicos Arco-Íris (GNRC) é formada de organizações e indivíduos que trabalham pelo cuidado pastoral e pela justiça para com pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, e intersexuais (LGBTQI) e suas famílias. A rede trabalha pela inclusão, dignidade e igualdade desta comunidade na Igreja Católica Romana e a sociedade em geral. A GNRC foi fundada em outubro de 2016 na conferência de Roma, “Os Caminhos do Amor”, com 80 participantes de 30 países. À data a GNRC representa 25 grupos de católicos LGTBQI, as suas famílias e amigos de todos os continentes.